Eu descobri que os santos, que possuem a Deus no céu, interessam-se pela nossa santificação e ajudam-nos a progredir na prática das virtudes pela sua poderosa intercessão e nobres exemplos que nos deixaram: devemos, pois, venerá-los; são poderosos intercessores; devemos invocá-los; são nossos modelos, devemos imitá-los.
A Igreja nos fala de comunhão dos santos: comunhão com as coisas santas e comunhão com as pessoas santas. Comunhão com aqueles, que em todos os tempos e em todos lugares provaram, de uma maneira clara a vitalidade da Igreja; comunhão com “homens e mulheres que abalaram o mundo”.
Penso que nós contamos pouco com este auxílio do céu; ora por não conhecermos a doutrina da Igreja sobre a devoção aos santos; ora por chegar até nós conceitos errados sobre a comunhão do santos. Tenho feito a experiência, em minha caminhada espiritual, de contar com o auxílio dos mais variados amigos do céu nas mais variadas situações em que me encontro. Certa vez, estava passando por uma provação terrível em minha vocação à Canção Nova, sem saber se deveria ou não permanecer na comunidade, eu havia perdido de vista o chamado de Deus, estava confusa e o desejo do meu coração era de deixar tudo e voltar para minha casa. Nesta época, caiu em minhas mãos a novena das rosas de Santa Teresinha do Menino Jesus. A princípio, não dei muita importância, mas aquela novena começou a me incomodar, tomei a decisão de rezá-la.
Já tinha ouvido dizer que aqueles que são atendidos pela intercessão de Santa Teresinha ganham uma rosa durante a novena. Decidi rezar a novena pedindo a ela, a padroeira das vocações, que ajudasse a perceber se Deus, realmente, me queria na Canção e como confirmação pedi a ela a graça de ganhar uma rosa vermelha das mãos do Padre Jonas, nosso fundador. Eu pensei comigo: “vou pedir a ela uma confirmação bem difícil”, porque eu sabia que o Padre Jonas, embora muito carinhoso, não é de dar rosas para as pessoas, não faz parte do seu hábito. Era o ano de 1993, estávamos em Queluz, nossa casa de formação, para um retiro, na qual o padre era o pregador. Estava no terceiro dia da novena, quando o Padre Jonas me surpreendeu com uma rosa vermelha dizendo que Deus colocava em seu coração que ele deveria me dar aquela rosa para responder a uma necessidade do meu coração. Percebi que Deus me respondia pelas mãos de Santa Terezinha. Estou na Canção Nova até hoje e nunca mais tive uma crise vocacional. Santa Teresinha abriu-me as portas para pedir auxílio para todos os meu amigos que moram no céu e desejam que todos os filhos de Deus cumpram com fidelidade sua vontade.
Tenho feito a experiência que quando veneramos os santos é o próprio Jesus que veneramos neles. Tudo o que há de bom neles é, efetivamente, obra de Deus e de seu Divino Filho. O ser natural não é mais que um reflexo das perfeições divinas; as suas qualidades são obra da graça divina merecida por Jesus Cristo, incluindo os seus atos que pelo livre consentimento de cada um neles cooperam com Deus, são também Dom daquele que está em tudo e tem o controle de todas as coisas em suas mãos.
Honramos, pois, nos santos os santuários vivos da Santíssima Trindade que se dignou habitar neles, ornar a sua alma das virtudes e dos dons, atuar sobre as suas faculdades, para lhes fazer produzir frutos de perseverança. Honramos nos santos os templos e agentes dóceis do Espírito Santo que deixaram guiar-se por Ele, pelas suas inspirações.
Tenho aprendido que precisamos invocar os santos. Nós os invocamos para que, pela sua intercessão, possamos obter as graças que precisamos. Sei que só a mediação de Jesus nos basta, mas, os santos fazem parte do corpo de Cristo, são os membros de Cristo e, quando invocamos os santos, eles unem as suas orações às de Jesus, é, pois, todo o Corpo Místico do Salvador que ora e faz assim “uma doce violência” ao coração de Deus. Orar com os santos é unir nossas orações às de todo o corpo místico de Jesus e assegurar eficácia, pois os santos não pedem nada que possa contrariar a vontade de Deus o nosso respeito. Eles se alegram quando nós também somos fiéis a vontade de Deus. São nossos verdadeiros amigos, querem o nosso bem, desejam que como eles possamos contribuir para a glória de Deus.
Vejo que, o mais importante, é imitarmos os santos, imitar suas virtudes. Todos eles se empenharam em reproduzir em si os traços do Modelo Maior que é Jesus Cristo, e todos podem dizer de si como São Paulo: “Sede meus imitadores, como eu fui de Jesus Cristo” (I Cor. 4,16). Cada santo cultivou em si uma virtude singular: a fé, a confiança, a pobreza, o amor, a humildade, a fortaleza, etc. Para nós que caminhamos hoje em direção ao Céu, ao encontro com o Senhor é importante saber que temos os exemplos daqueles que tiveram os mesmos pecados que nós passaram pelas mesmas tentações e tribulações, e, apesar de tudo, alcançaram a vitória. É um estímulo para nós. É uma graça saber que, contando com eles, imitando-os, também poderemos alcançar vitória. Hoje eles já não mais desconhecidos ao meu coração. E você, não quer fazer a experiência? Deus abençoe você e toda a sua caminhada.
Verinha
Comunidade Canção Nova
Fonte: Formação