quarta-feira, 17 de março de 2010

PEDOFILIA E CELIBATO

Nas últimas semanas, alguns amigos da escola e da Igreja têm me perguntado sobre os casos de pedofilia envolvendo sacerdotes católicos, principalmente na Europa (e também no Brasil), inclusive envolvendo o irmão do Papa, Mons. Georg Ratzinger, e o próprio Papa Bento – quando este era arcebispo de Munique, na Alemanha. Essas lamentáveis notícias merecem uma pequena consideração.

Primeiramente, é fato verídico, triste e vergonhoso que alguns sacerdotes e religiosos aproveitam de sua condição de consagrados para abusarem e violentarem menores de idade, além de outros pecados horrendos que clamam a ira de Deus Todo Poderoso. Entretanto, há de se esclarecer que não é o celibato – recomendado por Cristo que se fez casto (Cf. Mt 19, 12. 29), pelo grande apóstolo Paulo (Cf. 1Cor 7, 1Tim 3,2) e pela Sagrada Tradição (Agostinho, Ambrósio, Jerônimo, os Padres do Deserto, Concílio Regional de Elvira, na Espanha em 303) – causador dessas perversidades e baixezas, pois não existe padre ou religioso pedófilo, mas pedófilo que se esconde por detrás das vestes religiosas. Assim, como há pedófilos (e não são poucos!) entre outros seguimentos da sociedade civil, pois se trata de uma desordem mental, um transtorno de personalidade.

Esta tétrica situação nos deve levar a refletir sobre a baixeza moral que permeia nossa sociedade hodierna, outrora cristã: pedofilia, pornografia, legalização da união livre de pessoas do mesmo sexo, aborto, eutanásia, corrupção, tráfico, etc. Desse modo, pretende-se deixar bem claro, de maneira inequívoca que a disciplina eclesiástica do celibato consagrado não tem nenhuma relação com os escândalos de pedofilia. Não é abolindo o celibato – como pensam alguns dentro e fora dos ambientes eclesiásticos – que se arranca esta praga daninha da Igreja! Mas, realizando uma autêntica seleção dos candidatos a trabalhar na vinha do Senhor como ministros consagrados, bem como uma sólida formação moral, humana, afetiva, doutrinária e um acompanhamento sério por parte dos formadores durante os anos de formação para a vida sacerdotal e religiosa, de maneira a discernir a intenção daqueles que batem a porta de nossos seminários e casas religiosas. Não queremos quantidade, mas qualidade: sacerdotes santos, fiéis a Cristo e a sua Igreja para a salvação do Povo de Deus e triunfo da Santa Religião. Como nos pede o Papa Bento neste ano sacerdotal: Fidelidade de Cristo, fidelidade do sacerdote!

Em relação as notícias que querem envolver nosso Beatíssimo Papa Bento XVI e seu irmão Mons. Georg, trata-se de campanha difamatória anti-clerical, anti-católica e, acima de tudo, anti-cristã por parte de uma mídia farisaica e atéia, procurando minar a autoridade moral e espiritual do Vigário de Cristo na Terra que está exercendo seu ministério petrino de modo sábio, santo e prudente, numa constante e árdua reforma e purificação no seio da Igreja de Cristo a semelhança dos santos pastores do passado: Leão I, Gregório I, Gregório VII , Bento, Bernardo, Francisco, Domingos, Pio V, Pio X ... O tempo e a história reconhecerão a grandeza e a santidade do Papa Ratzinger!

Aproveitemos este Tempo Quaresmal que a liturgia nos convida a oração, a penitência e a conversão para clamarmos com as palavras do salmista a misericórdia do Senhor para nós e para toda a Santa Igreja: “Miserere mei Deus, secundum magnam misericordiam tuam...” (Sl 50).

Nós, fiéis católicos e filhos da Igreja, devemos amar profundamente a nossa Mãe e Mestra da Verdade, pois ela não é obra humana, mas divina, querida pelo Senhor e confiada a Pedro (Cf. Mt16, 18). Que tenhamos uma fé sólida e firme, na certeza de que "as portas do inferno não prevalecerão". Que nada nem ninguém abalem a nossa fé em Cristo e na sua Igreja!


Por Maycon Sanches.